sexta-feira, 8 de junho de 2012

A origem do meu nome:

No dia 06 de junho de 1962 após um parto complicado, o Brasil inteiro comemorava o feito de um grande jogador; com a informação da parteira (mulher que assiste a partos; obstetriz) de que a criança estava bem, meu pai, Eduardo Pessoa não teve duvida “o nome desse menino será Amarildo!” Um pouco dessa História: Edição Extra: PERFIL VEJA, Junho de 1962 De discreto reserva a substituto de Pelé, o botafoguense Amarildo, 22 anos, é figura decisiva no bi da Jules Rimet – e arranca suspiros exaltados da imprensa chilena O terror dos arqueiros: Amarildo comemora um de seus gols no Mundial. Ocupar o lugar deixado de Pelé? Missão cumprida Era para ser a Copa de Pelé. Aos 21 anos, tinindo física e tecnicamente, a estrela maior do futebol brasileiro chegou ao Chile para demonstrar ao mundo, de uma vez por todas, sua condição soberana na constelação de ídolos do esporte. Se em 1958, na Suécia, a precocidade do menino prodígio assombrou a todos, em 1962 o planeta teria a oportunidade de testemunhar o apogeu de um monstro. Mas uma fisgada na coxa direita na segunda partida da competição tornou realidade o que seus oponentes conseguiam apenas em sonho: parar Pelé. Em qualquer outro selecionado, a ausência do astro-rei seria fatal para pretensões de vitória – mas não no Brasil. A lacuna deixada pelo camisa 10 abriu espaço para a ascensão de um atleta pouco falado até mesmo entre torcedores brasileiros: Amarildo. Voluntarioso, valente e eficiente, o avante do Botafogo não se intimidou com a inglória tarefa de substituir Pelé e tornou-se figura indispensável na campanha da segunda conquista da Jules Rimet. Fascinada com seu desempenho, a imprensa chilena, ao final do torneio, já havia cunhado um apelido para Amarildo: o "Pelé branco". Do lado de cá dos Andes, sabemos que tal epíteto é impreciso e exagerado – mas a performance do moreno Amarildo realmente foi monárquica. Fiquemos, então, com a menos usurpadora criação de Nelson Rodrigues, fã declarado do craque, a quem o cronista chama simplesmente de "Possesso". O termo define com exatidão a personalidade e o estilo deste irascível fluminense de 22 anos, cria das categorias menores do Flamengo, clube em que desde cedo já mostrou as nuances de sua personalidade forte. Expulso da Gávea aos 17 anos pelo treinador paraguaio Fleitas Solich, após levantar a voz contra o chefe que o flagrou fumando no vestiário, Amarildo foi parar no Botafogo. Mais paciente, João Saldanha acolheu o intempestivo garoto, elevado a profissional em 1960. O atacante tornou-se a arma letal do alvinegro, uma das peças do célebre quinteto ofensivo – ao lado de Didi, Garrincha, Quarentinha e Zagallo – que fez aterrissar em General Severiano o Campeonato Carioca do ano passado e o Torneio Rio-São Paulo deste ano. Amarildo coleciona gols (foi artilheiro do último Carioca) e entreveros: depois de começar um deles, com o temível zagueiro Jadir, levou uma dúzia de pontos na perna. Mas segue longe de aprender qualquer lição, para delírio dos torcedores. Do quinteto mágico do ataque do Glorioso do Rio de Janeiro, apenas Quarentinha não foi levado por Aymoré Moreira para o Chile. Esse entrosamento com os outros quatro titulares botafoguenses do escrete canarinho – além dos atacantes, também o alvinegro Nílton Santos, craque de bola e líder por natureza, desfilou no Mundial – certamente colaborou no desempenho perfeito do camisa 20 da Seleção. Quando se viu sem condições de ir a campo, Pelé aconselhou Amarildo: "Jogue como se estivesse no Botafogo". O craque assim o fez, e, suas atuações no Chile nos permitem finalizar este texto com uma heresia jamais imaginada antes do Mundial: Pelé, quem diria, não fez falta à seleção brasileira.