sexta-feira, 12 de março de 2010

Professores mantêm greve e param avenida Paulista


Professores e funcionários da rede estadual de ensino de São Paulo decidiram manter a greve por tempo indeterminado durante assembleia realizada nesta sexta-feira em São Paulo. A paralisação começou na última segunda-feira. Eles bloquearam a avenida Paulista, região central da capital, nos dois sentidos. De acordo com a CET há três quilômetros de congestionamento na região.

Professores bloqueiam os dois sentidos da Paulista
Segundo a Polícia Militar, 8 mil pessoas participam da manifestação que começou às 14h em frente ao vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) afirma que 40 mil estão no local. O iG apurou, no entanto, que o número seria de 20 mil pessoas.

Os manifestantes seguem em passeata até a praça da República. Houve princípio de tumulto quando os professores começaram avançar pela avenida Paulista em direção à rua Consolação, que neste momento está bloqueada no sentido centro. A Polícia Militar acompanha a manifestação.

A SPTrans desviou 28 linhas de ônibus na região. Na avenida Paulista circulam 250 coletivos por hora. Os ônibus que vão em sentido Consolação estão fazendo desvios pela rua Teixeira da Silva. Para as linhas que seguem no sentido Paraíso, o desvio é feito nas vias Peixoto Gomide, alameda Santos e avenida Brigadeiro Luis Antônio.

Reivindicações

Os professores da rede estadual estão reivindicando, entre outros pontos, um aumento salarial de 34,3% e a incorporação das gratificações ao salário base, criação de um plano de carreira e modificação no processo de contratação de professores eventuais.
O governo do Estado diz que não vai negociar com os grevistas. Segundo comunicados emitidos pela Secretaria de Ensino, entre 2005 e 2009, a folha de pagamentos da secretaria teria crescido 33%, indo de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões - mas não especifica se neste valor estão inclusos algum aumento no quadro de professores ou se tudo foi destinado aos holerites do mesmo número de funcionários.

Sobre a incorporação das gratificações, a secretaria alega que na última semana foi agregada a Gratificação por Atividade de Magistério (GAM) ao salário. A gratificação será incorporada em duas parcelas: a primeira, com percentual de 10%, em março deste ano; e a segunda, com percentual de 5%, prevista para março de 2011.

O sindicato reclama que esta gratificação não compensa as perdas salariais e diz que não há nenhuma perspectiva de aumento salarial até março do próximo ano para a categoria.
O sindicato pede também a revogação das leis 1041, que limita o número de faltas abonadas a seis por ano. O governo diz que a lei diminuiu em 60% o número de faltas na rede estadual.

12/03 - 16:08 , atualizada às 17:41 12/03
Carolina Rocha, iG São Paulo

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